Existem dois tipos de pessoas que vão ao Wizarding World of Harry Potter, na Universal Orlando: os fãs da série criada pela inglesa J.K. Rowling e os que buscam apenas diversão. E os dois grupos saem satisfeitos desta que é a maior sensação no movimentado setor de parques temáticos da Flórida. Os números da atração, inaugurada em junho, são mantidos em segredo pela Universal, que afirma apenas que a marca de um milhão de visitantes foi ultrapassada mais rápido que em qualquer outro parque. Verdade ou não, ao chegar ao Islands of Adventure (onde está o Wizarding World), percebe-se que todos os caminhos levam a esta Hogsmeade tropical, onde cervejas amanteigadas, sapos de chocolate, livros que rosnam e varinhas mágicas viram realidade diante dos olhos de iniciados e "trouxas" (como os não mágicos são chamados nos livros e filmes da franquia). Estes, mesmo que não se empolguem com os ricos detalhes espalhados pelos quase 90 mil metros quadrados, têm à disposição brinquedos que, por si só, já valem a visita, como a quase indescritível Jornada Proibida, no Castelo de Hogwarts, e a alucinante montanha-russa Desafio do Dragão.
No castelo de Hogwarts, a mágica de verdade é a tecnologia
O ideal é que se reserve umas quatro horas para percorrer os brinquedos e as lojas (que são verdadeiras atrações), já que as filas são mesmo grandes. Se o relógio não estiver a favor, entre na primeira montanha-russa que aparecer. Que, no caso, é O Desafio do Dragão.
De longe ela já impressiona. São, na realidade, duas montanhas-russas de trilho invertido (o passageiro fica em assentos suspensos, não dentro de carrinhos), que correm independentes e ao mesmo tempo. Em determinado momento, uma vai de encontro à outra. Quando o choque parece inevitável, ambas mudam de direção, em alucinantes loopings.
Cada linha representa um dragão e a graça é andar nos dois para descobrir qual é o mais emocionante. Vale a pena observar a decoração da atração, que remete ao Torneio Tribruxo, com cartazes e faixas com nomes das equipes e seus craques.

Hogwarts é o centro das atenções. É no castelo que acontece a Jornada Proibida, a grande diferença do parque em relação a seus similares. A fila, formada entre os corredores sombrios e cobertos por quadros que se mexem e interagem com o público, já dá a ideia do que vem pela frente.
Mas é a bordo dos assentos (que recentemente passaram a suportar passageiros de tamanhos maiores) que se descobre a "magia" do brinquedo. Graças à tecnologia de ponta, este simulador combina movimento das poltronas, objetos animatrônicos e projeções em altíssima definição. Depois de algum tempo, realmente se tem a sensação de estar voando numa vassoura, seguindo Harry Potter e seus colegas, dando rasantes entre as rochas do mar, se metendo num jogo de quadribol, fugindo de dragões, encarando dementadores e aranhas gigantes e aterrissando no salão principal do castelo, onde o diretor da escola, Dumbledore (que saúda os visitantes na entrada) parabeniza pelo sucesso na missão.
O que se sente é tão real que muita gente passa mal durante a jornada. É recomendável observar atentamente o quadro de informações logo na entrada para ver se há alguma contra-indicação.
O próximo passo é aventurar-se pela gastronomia local. Provar a famosa butterbeer, a cerveja amanteigada que faz sucesso entre os personagens dos livros e, pelo visto, entre os visitantes do parque, é quase uma obrigação. Trata-se de uma bebida não-alcoólica extremamente doce e com sabor forte de caramelo, servida também em versão frozen. Outra bebida, digamos, típica é o suco de abóbora (com ou sem gás). Há quem goste, mas para os de paladar mais sensível a coisas muito doces, podem ser enjoativas.

As compras são um (ou vários) parágrafos à parte. Na saída de cada brinquedo há lojinhas onde se vendem os suvenires típicos de parques temáticos. Mas são as lojas da vila que valem as visitas mais demoradas. A Honeydukes, por exemplo, tem os famosos sapos de chocolate e os feijõezinhos-de-todos-os-sabores, espécies de jujubas de gosto para lá de duvidoso. Sem contar as lojas que são apenas fachadas, mas que ajudam na decoração da vila.

Mas é a Olivanders que leva os fãs do bruxinho à loucura. A entrada é restrita a grupos de 30 pessoas por vez, por isso uma longa fila (que pode chegar a 40 minutos) se forma na porta. Lá dentro, os visitantes assistem à representação da passagem na qual Harry Potter escolhe (ou é escolhido por) sua varinha mágica. O ator que interpreta o vendedor escolhe uma criança do grupo e interage com ela.
Após o teatrinho, o mago convida os presentes a entrar numa sala, que é, na realidade, o paraíso na Terra para "pottermaníacos". Afinal, em que outro lugar do mundo se pode comprar varinhas, vassouras voadoras, livros que mordem e uniformes e bolas de quadribol, entre outros objetos de desejo que, num passe de mágica, deixaram as páginas dos livros para virarem realidade?
Fonte: O GLOBO
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